segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nessas noites bem quentes de São Paulo, acendo meu querido e velho amigo cigarro, sua fumaça sobe para a cabeça e por um segundo, curto, porém prazeroso , te vejo bem de longe, quase não escuto sua voz sussurrando me pedindo calor humano. Eu fecho meus olhos e dou mais uma tragada, dessa vez não te vejo, não te escuto, apenas sinto as lágrimas rolarem em meu rosto, mas por que isso, logo agora, por que não consigo conter a minha tristeza, eu só quero um minuto de paz, apenas um minuto. E numa mistura louca de leveza, tristeza, medo, você surge novamente, me acariciando os cabelos, dou novamente uma tragada , porém muito mais forte, quase consigo sentir seus dedos entre os fios de cabelo, não quero acordar, não quero abrir os olhos, por que sei que não te verei aqui, não te verei ao meu lado e não sentirei seus carinhos, e quase de costume meus olhos voltam a transbordar decepção de mais uma noite não dormir sentindo seus braços entrelaçar meu corpo.
Até quando conseguirei me enganar entre uma tragada e outra?

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